Uma Semana Decisiva

capa livro uma semana decisiva-final (003)

Sinopse:

Léo é um homem do tempo atual, com sessenta anos, leva vida saudável, se cuida, está solteiro depois de dois casamentos, porém se divertiu muito na vida. O personagem principal faz um cruzeiro por cinco cidades do Mediterrâneo Oriental, durante uma semana que será importante para ele, para os demais personagens da obra e os da vida real da história recente do Brasil.

Na semana decisiva de 2016, o Brasil passa por um dos momentos mais dramáticos e decisivos da política contemporânea. Nela é decidido o passo mais importante para o impeachment de Dilma Rouseff, em cenário da Lava Jato.

A trama permite mostrar o marxismo cultural, a partir do golpe de 1964, e o nascimento da nova direita, de 2013, a partir de notícias da vida real daquela semana, além de discussões sobre as bandeiras da esquerda: racismo, homofobia e feminismo.

Léo tem problemas naturais de idade e tormento afetivo interior, os quais deverão ser resolvidos por ele para que alcance a mulher com que poderá viver o resto de sua vida, enquanto contempla o turbilhão de acontecimentos na esteira de borbulhas das hélices do navio.

A raridade deste romance está no fato que é escrito com viés de tendência política de centro ou de direita, já que é difícil encontrar escritor de ficção que não seja de esquerda com o consequente direcionamento de seus pensamentos nas obras que escrevem.

Autor: Rui Juliano

ISBN: 978-85-904919-3-4

Memórias Sentimentais de João Miramar - Col. Obras Completas

Autor: Andrade,Oswald de
Sinópse: Com prefácio de Mário de Andrade e apresentação de Haroldo de Campos, romance levou nove anos para ser escrito e foi recebido, em 1924, com incompreensão mesmo entre seus pares. Um dos mais ousados romances brasileiros de todos os tempos, Memórias sentimentais de João Miramar, publicado originalmente em 1924, com capa de Tarsila do Amaral, é a exacerbação da genialidade de Oswald de Andrade (1890-1954), um escritor que ainda hoje suscita controvérsias, pela paixão com que abraçou as causas nas quais acreditava. O filho dileto da aristocracia cafeeira paulista haveria de se transformar em sincero comunista, chegando ao final da vida sem dinheiro sequer para pagar seu tratamento de saúde. O boêmio amigo dos últimos parnasianos e decadentistas, que começou escrevendo peças em francês, se tornaria o mais radical militante da causa modernista, findando sua carreira com um painel em prosa da formação da sociedade brasileira. E isso sem falar de sua poesia e de seu teatro. Memórias sentimentais de João Miramar, assim como grande parte da obra de Oswald de Andrade, é um romance de longa maturação. Escrito e reescrito a partir de 1915, foi sendo modificado ao longo dos nove anos que separam a primeira redação da publicação, o que mostra a seriedade com que o autor encarava a sua obra, contrariando a imagem estereotipada que ainda hoje se tem dele, de polemista inconseqüente, frasista espirituoso, “palhaço da burguesia”, blagueur. Recebido com incompreensão na época, mesmo entre seus pares, agradou em cheio, no entanto, aquele que se tornaria o maior divulgador das novas idéias Brasil afora, Mário de Andrade. No prefácio desta edição, Mário – com quem Oswald iria romper em 1929, em artigo publicado à época do lançamento, com sua costumeira sem-cerimônia, afirma que Oswald dá um passo além, “afinal Os condenados eram mais uma contemporização”, enquanto as Memórias são “a mais alegre das destruições”. E chama a atenção para a modernidade de Oswald (poderíamos falar hoje de sua contemporaneidade), que “sintético, marcante, abandona então todo pormenor, usando apenas o essencial expressivo”. Na apresentação desse livro, Haroldo de Campos aprofunda uma observação de Antonio Candido, de que Oswald inaugura o uso da técnica cinematográfica no romance brasileiro. “A prosa experimental do Oswald dos anos 20, com sua sistemática ruptura do discursivo, com a sua estrutura fraseológica sincopada e facetada em planos díspares, que se cortam e se confrontam, se interpenetram e se desdobram, não numa seqüência linear, mas como partes móveis de um grande ideograma crítico-satírico do estado social e mental de São Paulo nas primeiras décadas do século, esta prosa participa intimamente da sintaxe analógica do cinema, pelo menos de um cinema entendido à maneira einsensteiniana”. Memórias sentimentais de João Miramar é composto por 163 fragmentos, numerados e intitulados, sem necessariamente manter relação entre eles, onde, com sarcasmo, são narrados trechos da vida do protagonista, da infância aos 35 anos, onde vale menos a ação que o relato, onde prosa e poesia se confundem e se completam. Nessas memórias desfilam membros da alta aristocracia paulista, satiricamente retratados pelo espírito iconoclasta de Oswald, que nem mesmo a si poupa, já que Miramar não deixa de ser uma autocaricatura, que antecipa até mesmo as agruras financeiras futuras do autor. Mas, para além da superfície, em que se propõe a ridicularizar um mundo que desmorona, Oswald era um artista consciente de sua importância. No capítulo final, “Entrevista entrevista”, retomando o tom de deboche do texto “assinado” por Machado Penumbra, “À guisa de prefácio”, João Miramar é questionado por que razão não prossegue suas “interessantíssimas memórias”. O protagonista alega “razões de estado”, sua viuvez, e é contestado pelo interlocutor. “A crítica vai acusá-lo e a posteridade clamar porque não continuou tão rico monumento da língua e da vida brasílicas no começo esportivo do século 20”. Ao que Miramar-Oswald responde, com imensa ironia, que o livro já havia sido submetido ao “sábio” Dr. Pilatos, e que este lembrou-lhe Virgílio, “apenas um pouco mais nervoso no estilo”.
ISBN: 8525039187

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