Sinópse: Angélica Negra é um livro escrito para o público jovem e adulto. Antes de ser uma discussão sobre questões étnicas, é um retrato histórico da realidade que muito lentamente vem se modificando no Brasil. Inspirado em elementos verídicos, a trajetória de Angélica permite a reflexão sobre os problemas que o Brasil ainda insiste em perdurar. Precariedade da educação, trabalho infantil, prostituição, drogas, violência, economia informal, exclusão social, favelização, fragilização das relações trabalhistas e preconceito social são alguns problemas que podem ser observados ao longo da história. Porém, não é apenas acerca de problemas que a luta de Angélica tem a nos contar. Família, amizade, cultura, arquitetura, culinária, empreendedorismo, geografia, história, trabalho, persistência, resiliência e ética são, em outra medida, elementos positivos que reforçam a problemática que pode ser extraída da história de uma mulher, negra, pobre, nordestina e com pouca escolarização. Uma mulher que, ao nascer no interior da Bahia, possuía pouquíssimas chances de vencer na vida. Será que ela conseguiu?Angélica Negra é o terceiro livro escrito por Arturo Catunda e o seu primeiro para jovens e adultos. O livro conta a história de uma mulher, negra, pobre e nordestina que, ao nascer, reunia todos os fatores para repetir a sina de sua família e viver em situação de miséria. Porém, com esforço próprio e ajuda das pessoas que passaram por sua vida, conseguiu superar seus desafios e ser uma exceção à regra. Inspirado em fatos reais, a vida de Angélica é o retrato de um período histórico brasileiro, marcado pelas oportunidades econômicas, existentes para alguns, em contraposição à ausência do Estado e dos serviços sociais básicos, para muitos outros. Saindo de um ambiente marginalizado e esquecido, no interior do Estado da Bahia, Angélica, logo cedo na vida, perdeu sua referência familiar e passou a viver uma vida de sobrevivência até que uma explosão, um verdadeiro holocausto, ocorre em sua vida. O horror fez com que ela resolvesse fugir para a capital do Estado, Salvador, e, com isso, mudar sua trajetória. Em Salvador, ela encontrou muita dificuldade, mas também a identidade que lhe faltava enquanto mulher e negra. Empossada pelos poderes do Ogun, ela resistiu e, pelo caminho da educação e do trabalho, ela realizou e conquistou. Para Angélica, sua família não pode ser uma reprodução do passado. A história dela convence pelo exemplo de que não há diferença social e apartheid de cor que resista à educação, assim como acaba subentendendo que o subdesenvolvimento é uma condição imposta pelos governantes e aceita pela população brasileira.