Sinópse: Japão, século XI. No oriente medieval, Murasaki Shikibu se destaca culturalmente em uma sociedade dominada por homens e escreve o primeiro romance da história da literatura mundial, A lenda de Genji. Califórnia (E.U.A), século XX. A antropóloga Liza Dalby mergulha nos fragmentos do diário deixado por Murasaki e reconstrói os cenários, os sonhos e as tradições que nortearam a vida da autora e a levaram a criar as histórias do romântico príncipe Genji — cujas cópias manuscritas passaram pelas delicadas mãos de centenas de jovens japonesas sonhadoras até caírem como um bálsamo no centro da vida social e política do país: a corte. Traçado com a mesma tecitura poética que marca a cultura oriental da Idade Média, A LENDA DE MURASAKI é um passeio pelas tradições do velho e exótico Japão. Desde muito nova, Fuji — apelido de Murasaki quando menina — encantava o pai com a eloqüência e o domínio dos caracteres e da poesia chinesas, conhecimentos que contariam pontos caso ela fosse um homem, mas que acabam por afastar dela pretendentes ao altar. No entanto, os homens não a atraíam tanto quanto o cavalheiro de seus contos. Preferia a companhia das amigas, casou-se tarde, por conveniência, mas logo enviuvou e reencontrou a liberdade para voltar a sua criação: o príncipe Genji. A consagração do personagem foi o passaporte para Murasaki Shikibu ser convidada a viver na corte. Ao deixar de ter idéias fugazes sobre o burburinho da vida social imperial e passar a ser ela mesma mais um personagem — privilegiado — da aristocracia, suas tramas se enriqueceram em detalhes e peripécias. A lenda de Genji é, ainda hoje, a maior obra da literatura japonesa.