Sinópse: Deus é nazista. Mais do que chocar, a afirmação revela a raiva e a amargura de quem sentiu na pele a força do Reich, perdeu centenas de familiares e amigos e ainda sobreviveu para se dar conta do quanto a Igreja Católica contribuiu com o massacre iniciado por Hitler. Este livro é o grito de Michael Bruckner, que experimentou 50 graus abaixo de zero nos campos de concentração da Sibéria e chegou ao Polo Ártico incapaz de se sensibilizar com o visual da aurora boreal, tamanho o sofrimento, a fome e o frio. Aos 81 anos, este comerciante que adotou o Rio como cidade natal, faz questão de mostrar o quanto o pedido de desculpas do Papa João Paulo II aos judeus pelo ´apoio´ ao Holocausto não sepultou a indignação e a amargura acumulada por séculos, pelos descendentes judeus. A tardia atitude acabou por alavancar uma retrospectiva de ações omissas e impiedosas da Igreja, que chegaram mesmo a exercer forte influência sobre os sobreviventes do massacre. Sem poupar críticas e acusações diretas à Igreja, Bruckner revela a oração do Papa João XXIII, ´o primeiro e único cristão depois de Jesus que pediu perdão aos sobreviventes judeus pelos pecados da Igreja´, segundo o autor. Após este grito de revolta, Bruckner nos faz conhecer uma autêntica família judia, suas relações com Deus, a guerra, Stalin, fome, humilhação, lágrimas. Usando todo um vocabulário judaico, o autor nos põe em sintonia com uma realidade descrita, fazendo cada um de nós um sobrevivente deste massacre, que se perpetuou apesar de todas as orações.