Sinópse: No vasto painel da sociedade norte-americana que John Updike vem construindo em sua ficção ao longo de quatro décadas, Henry Bech é o representante farsesco da tribo dos escritores. Bech é um romancista nova-iorquino de origem judaica, da geração do próprio Updike. Enquanto a série de romances em torno do personagem ´Coelho´ Angstrom retrata a vida medíocre e obscura dos subúrbios de classe média, Updike apresenta nos livros protagonizados por Bech, em tom de comédia rasgada, as aventuras e desventuras de um escritor de fama e reputação medianas às voltas com as vicissitudes da vida literária, com as rivalidades, com as panelinhas e, como não poderia deixar de ser, com uma conturbada vida amorosa. Bech no beco reúne cinco episódios encadeados cronologicamente. Neles o já veterano escritor nova-iorquino é levado, pela força das circunstâncias, a lugares tão distantes quanto Praga, onde será obrigado a desempenhar o papel de representante mais ou menos oficial da intelligentsia americana. Vai a uma Los Angeles irreal, onde enfrenta um mundo desconhecido de tribunais e advogados. E estará também em Estocolmo: sim, a cidade em que, com toda a pompa e circunstância, todos os anos é concedido o prêmio Nobel de Literatura. Para o leitor brasileiro, talvez seja particularmente divertida a narrativa em que Updike nos mostra, por dentro, a modorrenta rotina de uma academia de letras nova-iorquina calcada na Académie Française: ou, quem sabe, inspirada numa cópia dela instalada no Rio de Janeiro, cidade que o autor visitou alguns anos antes de escrever o livro.